16 de março de 2014

Opinião: Doctor Who - 3ª temporada



Doctor Who – 3ª temporada

Pessoalmente, não gostei muito desta temporada. A prestação dos atores foi ótima, a personagem Martha Jones bastante cativante, os roteiros estavam fantásticos  mas, de alguma forma, Rose Tyler estava sempre na minha mente e as menções a ela nesta temporada não ajudaram muito ao meu luto por esta personagem. É como se Doctor Who sem Rose é o Doctor sem a sua TARDIS.
Houve episódios bastante interessantes. Mais uma vez, Moffat dá o ar da sua graça em Blink, assustando-nos tremendamente. A partir de agora, não vou conseguir entrar numa exposição de escultura. Os Weeping Angels são demoníacos, psicopatas, segundo o Doctor. O que eu adorei também neste episódio foi a Sally Sparrow. Eu faria precisamente os mesmos passos que ela, por incrível que pareça. Inteligente e de raciocínio rápido, ela consegue levar de volta a TARDIS ao Doctor e acaba por sair ilesa das estátuas demoníacas.
Os últimos episódios desta temporada foram tão magníficos que nem há palavras para descrever a minha emoção. Chorei várias vezes, mas o mais incrível foi quando descobrimos que havia outro Senhor do Tempo. Este não sabia quem ele era porque tinha usado um relógio que guarda as memórias. Assim, ele sabia apenas que era um humano com gosto para a Ciência. Contudo, este não é um Doctor (ou Mestre, como gosta de ser chamado) bom, pelo contrário, ele é um Mestre enlouquecido, talvez pelo tempo que tenha. O Doctor tenta salvá-lo, perdoando-o, mas tal é impossível; o Mestre não tem salvação. E, no fim de contas, quem acaba por matá-lo foi a esposa dele, que passou todo aquele tempo ao seu lado. O nosso Doctor não planeava matá-lo, mas sim salvá-lo, e isso é algo heroico. Fez-nos amá-lo ainda mais e tenho que admitir que quando o Mestre morreu, não era só o Doctor que estava a chorar, eu também. Foram também episódios bastante cruéis, especialmente quando a família de Martha foi levada para “interrogatório” e o Mestre envelheceu o Doctor séculos. Eu chorei imenso quando vi o Doctor enjaulado numa gaiola, pequeno e com olhos de cachorro abandonado. Foi imensamente doloroso vê-lo naquele estado.
Nestes episódios, quem deu o ar da sua graça foi o Captain Jack. Ele, que não tinha aparecido na segunda temporada, foi como se ele nunca se tivesse ido embora. O seu charme habitual, a flertar cada vez que dizia “Oi” e o Doctor a pará-lo logo, dizendo “Para com isso”, foram uma lufada de ar fresco que estava a precisar, porque o Jack sempre adorou Rose, então ele é um elo de ligação á nossa Rose Tyler. A revelação final que ele fez (sem saber que o fez, porque o tempo é uma monte de wibbly wobbly timmey wimey stuff) foi que o Rosto de Boe era ele. A personagem (rosto??) que teve destaque também nesta temporada é, afinal, o Captain Jack Harness daqui a muitos mil milhões de anos.
Existem outros episódios dos quais eu gostei bastante, como por exemplo o episódio em que conhecemos o Shakespeare. Neste episódio, o palco tem poder e as bruxas (eu sei que elas têm um nome específico, mas não deixam de ser bruxas aos meus olhos) aproveitam-se disso. Os “Judoon Platoon upon the Moon” também foi importante, porque nos introduziu Martha Jones mas, para além disso, não achei o episódio um dos melhores.
O episódio em que um homem de 76 anos rejuvenesce foi bastante interessante e mostrou que Martha Jones é bastante inteligente e confiam a 200% no Doctor. Porém, esse não foi o ponto alto do episódio, mas sim Mark Gatiss loiro! Para quem vê o Sherlock (e já conhece bastante bem o Doctor Who) reconhece este nome e cara em qualquer lado, então, quando o vi loiro, desatei a rir. É tão estranho vê-lo loiro! Uma ótima e assustadora prestação do escritor e ator.
Outro episódio bastante aterrador (na verdade, foram dois) foi quando o Doctor teve que colocar as suas memórias de Senhor do Tempo no relógio de bolso e tornar-se no humano John Smith. Este acaba por apaixonar-se e o relógio desaparece nas mãos de um rapaz da escola. Para além de aterrador, também foi extremamente enervante, porque John Smith não queria tornar-se no Doctor! Eu entendo, ele estava a apaixonar-se pela enfermeira, mas a Humanidade precisava dele! Por fim, ele fez o jogo do bluff, e entregou o relógio aos inimigos… mas vazio. Foi tudo uma encenação do Doctor/Smith, que foi corajoso o bastante para voltar a ser o Senhor do Tempo.
Para finalizar, Martha Jones saiu da série. Ela decidiu que cuidar da família é agora a sua prioridade. Fiquei com uma lágrima no olho porque afeiçoei-me à personagem. Ela não substitui a Rose Tyler, mas é bastante inteligente e perspicaz. O seu discurso foi fantástico e senti o meu coração partir-se um pouco quando o Doctor ficou com aquele olhar de cachorro abandonado (de novo). Martha Jones, apesar de não ser a Rose Tyler, a TARDIS irá sempre adorá-la.


Nota da temporada: 8/10

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