Doctor Who – 3ª temporada
Pessoalmente, não gostei muito desta temporada. A
prestação dos atores foi ótima, a personagem Martha Jones bastante cativante,
os roteiros estavam fantásticos mas, de
alguma forma, Rose Tyler estava sempre na minha mente e as menções a ela nesta
temporada não ajudaram muito ao meu luto por esta personagem. É como se Doctor
Who sem Rose é o Doctor sem a sua TARDIS.
Houve episódios bastante interessantes. Mais uma
vez, Moffat dá o ar da sua graça em Blink, assustando-nos tremendamente. A
partir de agora, não vou conseguir entrar numa exposição de escultura. Os
Weeping Angels são demoníacos, psicopatas, segundo o Doctor. O que eu adorei
também neste episódio foi a Sally Sparrow. Eu faria precisamente os mesmos
passos que ela, por incrível que pareça. Inteligente e de raciocínio rápido,
ela consegue levar de volta a TARDIS ao Doctor e acaba por sair ilesa das
estátuas demoníacas.
Os últimos episódios desta temporada foram tão magníficos
que nem há palavras para descrever a minha emoção. Chorei várias vezes, mas o
mais incrível foi quando descobrimos que havia outro Senhor do Tempo. Este não
sabia quem ele era porque tinha usado um relógio que guarda as memórias. Assim,
ele sabia apenas que era um humano com gosto para a Ciência. Contudo, este não
é um Doctor (ou Mestre, como gosta de ser chamado) bom, pelo contrário, ele é
um Mestre enlouquecido, talvez pelo tempo que tenha. O Doctor tenta salvá-lo,
perdoando-o, mas tal é impossível; o Mestre não tem salvação. E, no fim de
contas, quem acaba por matá-lo foi a esposa dele, que passou todo aquele tempo
ao seu lado. O nosso Doctor não planeava matá-lo, mas sim salvá-lo, e isso é
algo heroico. Fez-nos amá-lo ainda mais e tenho que admitir que quando o Mestre
morreu, não era só o Doctor que estava a chorar, eu também. Foram também
episódios bastante cruéis, especialmente quando a família de Martha foi levada
para “interrogatório” e o Mestre envelheceu o Doctor séculos. Eu chorei imenso
quando vi o Doctor enjaulado numa gaiola, pequeno e com olhos de cachorro
abandonado. Foi imensamente doloroso vê-lo naquele estado.
Nestes episódios, quem deu o ar da sua graça foi o
Captain Jack. Ele, que não tinha aparecido na segunda temporada, foi como se
ele nunca se tivesse ido embora. O seu charme habitual, a flertar cada vez que
dizia “Oi” e o Doctor a pará-lo logo, dizendo “Para com isso”, foram uma lufada
de ar fresco que estava a precisar, porque o Jack sempre adorou Rose, então ele
é um elo de ligação á nossa Rose Tyler. A revelação final que ele fez (sem
saber que o fez, porque o tempo é uma monte de wibbly wobbly timmey wimey
stuff) foi que o Rosto de Boe era ele. A personagem (rosto??) que teve destaque
também nesta temporada é, afinal, o Captain Jack Harness daqui a muitos mil
milhões de anos.
Existem outros episódios dos quais eu gostei
bastante, como por exemplo o episódio em que conhecemos o Shakespeare. Neste
episódio, o palco tem poder e as bruxas (eu sei que elas têm um nome
específico, mas não deixam de ser bruxas aos meus olhos) aproveitam-se disso.
Os “Judoon Platoon upon the Moon” também foi importante, porque nos introduziu
Martha Jones mas, para além disso, não achei o episódio um dos melhores.
O episódio em que um homem de 76 anos rejuvenesce foi
bastante interessante e mostrou que Martha Jones é bastante inteligente e
confiam a 200% no Doctor. Porém, esse não foi o ponto alto do episódio, mas sim
Mark Gatiss loiro! Para quem vê o Sherlock (e já conhece bastante bem o Doctor
Who) reconhece este nome e cara em qualquer lado, então, quando o vi loiro,
desatei a rir. É tão estranho vê-lo loiro! Uma ótima e assustadora prestação do
escritor e ator.
Outro episódio bastante aterrador (na verdade, foram
dois) foi quando o Doctor teve que colocar as suas memórias de Senhor do Tempo
no relógio de bolso e tornar-se no humano John Smith. Este acaba por
apaixonar-se e o relógio desaparece nas mãos de um rapaz da escola. Para além
de aterrador, também foi extremamente enervante, porque John Smith não queria
tornar-se no Doctor! Eu entendo, ele estava a apaixonar-se pela enfermeira, mas
a Humanidade precisava dele! Por fim, ele fez o jogo do bluff, e entregou o
relógio aos inimigos… mas vazio. Foi tudo uma encenação do Doctor/Smith, que
foi corajoso o bastante para voltar a ser o Senhor do Tempo.
Para finalizar, Martha Jones saiu da série. Ela
decidiu que cuidar da família é agora a sua prioridade. Fiquei com uma lágrima
no olho porque afeiçoei-me à personagem. Ela não substitui a Rose Tyler, mas é
bastante inteligente e perspicaz. O seu discurso foi fantástico e senti o meu
coração partir-se um pouco quando o Doctor ficou com aquele olhar de cachorro
abandonado (de novo). Martha Jones, apesar de não ser a Rose Tyler, a TARDIS
irá sempre adorá-la.
Nota da temporada: 8/10
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