28 de março de 2014

Opinião: An Abundance of Katherines, de John Green



An Abundance of Katherines de John Green

Este é o livro mais azarado de sempre que John Green podia ter escrito.
Colin, um jovem génio, acabou de terminar (não por sua vontade) com a décima nona rapariga que se chama Katherine. Então o seu amigo, Hassan, decide levá-lo numa viagem pela estrada, sem destino. Por coincidência, param numa vila que se chama Gutshot e conhecem Lindsey, uma personagem prestável, amável e com bastante bom humor. Os dois amigos decidem ficar mais um pouco e a mãe de Lindsey oferece-lhes um trabalho bem remunerado: anotar as histórias que as pessoas de Gutshot têm para contar.
No meio deste trabalho, acabam por conhecer o namorado de Lindsey (chamado de TOC – The Other Colin), que afinal demonstra-se infiel e violento, e descobrem um segredo que a mãe de Lindsey tenta esconder há imenso tempo, apenas para proteger todos os habitantes daquela simpática vila.
Durante todo o livro, Colin tenta decifrar o motivo para todas as Katherines o abandonarem e encontrar uma fórmula que permita saber se vamos acabar ou o nosso companheiro vai acabar connosco. Tenho que dizer que achei esta parte bastante entediante porque não percebia nada, mas as equações eram bastante bonitas. Enquanto isso acontece, é-nos introduzida algumas analepses que mostram como é que algumas Katherines acabaram com o Colin. Na minha opinião, a pior de todas é a Katherine I, que acaba de maneira tão abrupta e seca que o meu coração partiu-se conjuntamente com o de Colin.
Em relação a Hassan, ele é o humor do livro. Um espírito livre e absolutamente enérgico (mas não no sentido físico, e sim psicológico) que nos faz rir em momentos mais tristes e dramáticos. Como leva tudo com ligeireza, às vezes parece superficial, e acho que John Green falhou aqui um pouco ao não aprofundar mais o personagem.
Porém, Lindsey é outra conversa. A rapariga deste grupo é uma língua afiada de bom humor e simpatia. A interação que tem com os idosos é de louvar. Ela está numa crise existencial quando conhece Colin e Hassan, não sabe quem é na verdade: se a popular da escola, se a simpática country girl. Colin ajuda-a nesse aspeto de uma maneira quase impercebível, mas tocante.
O final do livro aconteceu sem surpresas mas não deixou de ser surpreendente. Uma leitura leve, enérgica, que mostra a juventude com alguns dramas mas sem exageros. O tipo de escrita em que John Green é Mestre.


Nota do livro: 7/10

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