20 de julho de 2011

E a Saga continua em Filme - 10º e 11º capítulos

Espero que gostem!
Estes capítulos foram muito bons de se escrever e ficamos a saber mais sobre a família e o passado da Malu.
Obrigada por todos os comentários! Tenho-os visto a todos e fico muito feliz por saberem que gostam!





Capítulo 10

O dia hoje correu muito mal. Estava sempre a enganar-me nas falas e o dia esteve com algum vento frio e nuvens. Olhava para as falas que tinha que decorar e no início pensei que as sabia de cor, mas quando as câmeras começavam a filmar, esquecia-me de tudo. Para piorar a situação não conseguia rir, não falei com ninguém e o meu olhar estava ausente, eu pressentia todos estes sentimentos. Já para não falar no rebuliço que estava a minha cabeça. Não sabia quando é que o meu pai haveria de chegar, mas sabia que devia de estar prestes a aterrar. Ele não era pessoa de adiar muito os assuntos, isso eu sabia.
O Chris deixou-nos sair mais cedo e mudei logo de roupa, telefonei à Jane mas ela apenas disse:
-Estou ocupada, desculpa. Vim buscar o teu pai ao aeroporto. Achas que aguentas um bocado?
O meu telefone caiu ao chão, saltando a bateria e o cartão do telemóvel. Caí junto com ele passados uns segundos.
-Ei, tem calma, o que se passou? – perguntou o Taylor, ajudando a levantar-me.
-O meu pai – disse vagamente.
-Eu levo-te ao hotel – afirmou pegando o meu telemóvel do chão e juntado as peças todas.
-Por favor, Taylor! Não me leves para lá! – quase gritei. Ele olhou para mim um bocado assustado e finalmente disse:
-Acho que podes passar algum tempo com a Ashley.
-Por favor! – implorei agarrando o colarinho do seu casaco. – Leva-me daqui. Não quero que ninguém pergunte o que se passa. Só tu é que sabes. Por. Favor.
Ele suspirou e sussurrou:
-Vai ser pior para ti.
-Eu faço tudo o que for possível – disse determinada. Larguei o seu casaco e meti-me ao seu lado. Fomos para o carro dele e saímos dos estúdios. Ele começou a andar pelas ruas de Vancouver e parámos ao pé de um hotel que nunca tinha visto.
-Podes ficar aqui. O quarto fica no meu nome, não te preocupes.
-Obrigada, Taylor – agradeci dando um beijo na sua bochecha.
Saímos do carro e ele fez a reserva pedindo exclusivamente que não informasse ninguém que ele estava ali.
Subimos os dois em silêncio e fomos para o quarto que nos tinha sido reservado.
-Ficas bem aqui? – perguntou ele. – Se quiseres posso trazer-te algumas roupas.
-É melhor não – disse. – Tenho a certeza que eles irão suspeitar se te virem a entrar no meu quarto. Vai para o hotel e diz que não sabes onde eu estou. Alguém nos viu a sairmos juntos?
-Acho que a Nikki saiu atrás de mim – informou ele. – Vou telefonar-lhe e pedir-lhe para não dizer nada. Dá-me um instante.
Ele foi para a varanda e a conversa foi breve. O meu telemóvel tocou e eu estaquei. Atendia ou não?
-É melhor atenderes – aconselhou ele.
-Não.
-Acredita em mim.
Atendi a chamada e era Jane:
-Onde é que estás? Ainda não chegaste ao hotel?
-Não. Vim dar um passeio… ao mar. Gosto de dias assim – menti. Menti em todas as palavras que tinha dito. Eu ainda não tinha chegado ao hotel (estava noutro), não estava a dar um passeio, muito menos pelo mar e… fiz asneira. A minha mãe sabe que eu odeio dias assim.
-Filha, estás onde? – perguntou a minha mãe, em português. – O teu pai já chegou. Por favor, vem para cá o mais rápido possível.
-Desculpa, mãe, não te estou a ouvir muito bem – disse e desliguei logo o telemóvel. Caí no chão e comecei a chorar. O meu pai já cá estava e eu sabia que não havia volta a dar. Ele não iria embora sem me levar atrás e… eu tinha que voltar porque se eu desaparecesse, ele iria pedir a minha guarda e aí é que não posso desobedecer-lhe.
-Taylor. Temos que ir para o hotel – pedi-lhe. – Se eu desaparecer o meu pai é capaz de pedir a minha guarda.
-Ele é mesmo assim tão… mau? – perguntou ele sentando-se há minha frente.
-Tu não imaginas o quanto.
***
-Olá pai – disse vendo-o na recepção lado do… Jorge. Se ele também tinha vindo isso significava que ele queria também que eu começasse a namorar o Jorge. Outra vez.
-Taylor? – sussurrei enquanto eles se levantavam. – Preciso que faças de meu namorado. Aquele rapaz que está a vir atrás do meu pai, foi… meu namorado e ele é tão mau como o meu pai.
-Onde é que esteve a menina? Eu bem a avisei que essa ideia de vir para cá não era boa opção.
-Olhe, não sei quem é o senhor. Você não era… poeira?
-Filha, acalma-te – pediu a minha mãe, vindo para o meu lado.
Jane e Taylor não estavam a perceber nada porque nós estávamos a falar português, mas percebiam que o ambiente estava tenso.
-É melhor falarmos em Inglês. Sendo que agora eu também sou americana.
O meu pai olhou-me furioso e percebi que percebeu que eu tinha crescido e já não era aquela criança que baixava a cabeça e dizia “Sim, pai, desculpe”.
-Tudo bem – disse ele em Inglês. – Vamos lá falar em Inglês. Trouxe-te uma surpresa, o Jorge.
-Olá Jorge – disse fria.
Ele vinha para me dar um beijo mas eu apenas estiquei a mão para o cumprimentar.
-Já chega, Maria Luísa Fortes. Ele é teu namorado!
-Deixou de o ser há muito tempo e o pai sabe muito bem porquê. E, tenho um namorado, por isso, pare de fazer essa chantagem.
-Quem é ele? – perguntou furioso já olhando o Taylor de lado.
-Taylor Lautner. Se não sabe quem é, pode ir à Internet.
-Eu sei muito bem quem é. Isto não fica assim, Maria Luísa. Você vai voltar comigo para o Brasil, demore o tempo que demorar. Você volta e comigo sem hipótese de voltar para este mundo de fúteis.
-Como queira. Adeus.
Peguei na mão do Taylor e levei-o para o elevador, chegando-me muito a ele. Sei que não era preciso, mas queria que o meu pai pensasse que aquilo era verdade.
Chegámos ao meu quarto e a primeira coisa que fiz foi pedir-lhe imensas desculpas por aquilo que o fiz passar à bocado e por ele ter que se fazer passar por meu namorado. Ele limitou-se a abraçar-me e dizer com um sorriso que não tinha problema algum, queria apenas ajudar-me.


Capítulo 11

Pedi que nos trouxessem o jantar ao quarto. Eu e Taylor estávamos a ensaiar desde que tínhamos chegado.
Quando o jantar chegou comemos calmamente e falando das coisas que gostávamos e não gostávamos. Contei-lhe como é que era a zona onde eu vivia no Brasil e falei-lhe como é que eram as minhas BFF. Contei-lhe a minha ambição de comprar uma casa para as três e frequentar a mesma faculdade. Ele riu-se da situação e comentou que nós não éramos BFF; éramos irmãs. O seu sorriso desapareceu depois e fez uma pergunta à qual não estava à espera:
-Quem é o Jorge?
Aquela pergunta, atingiu-me no estômago como se algum jogador de boxe me tivesse dado um murro. Senti que até deixei de respirar. O Jorge… era o meu passado e tudo o que o incluísse a ele doía. Levava-me imediatamente aos meus piores anos de vida. No entanto, eu devia isso a Taylor. Ele tinha que compreender quem era aquela besta sendo que ele fazia de meu namorado.
-O Jorge foi … meu namorado há uns anos atrás. Ele é três anos mais velho do que eu e conhecemo-nos numa festa de aniversário de um colega do meu pai.
Ele ouvia atentamente todas as palavras que eu dizia e estudava-me cuidadosamente, percebi eu.
-Começámos a namorar e ele no inicio era muito querido comigo. Todas as tardes, assim que chegava a casa, recebia flores dele. As coisas estavam a correr lindamente, até ao dia que ele me… obrigou a … fazer uma … coisa.
Fitei os olhos de Taylor atentamente e eu compreendi que ele já tinha entendido. Mas continuei, devia isso a Taylor:
-Então, as coisas tornaram-se um Inferno. Ele deixou de me enviar flores, em vez disso ia a minha casa e agredia-me e não era só verbalmente. Por incrível que pareça, ele aprecia sempre dez minutos depois da minha mãe sair para comprar algo. Parecia que… nos perseguia. Sempre o tinha conseguido deter, chamando a segurança do prédio ou aparecia sempre algum vizinho que me ouvia. Sempre. Até ao dia que…
Parei. Teria coragem suficiente para contar ao Taylor o que realmente aconteceu?
-Era Domingo. A minha mãe tinha saído com as amigas de manhã e só voltava à hora de almoço. Aos Domingos, só havia segurança a partir das oito da noite. Ele apareceu precisamente dez minutos depois. Sabia que era ele; Ele tocou mais vezes há campainha e depois enviou-me um SMS a dizer que tinha uma coisa muito importante para me contar. Fui abrir a porta e … ele … obrigou-me a fazer … aquilo.
-Maria – disse ele, levantando-se e aproximando-se de mim. – Ele violou-te?
Acenei com a cabeça.
-Depois desapareceu. Estive imenso tempo sem saber dele. Fiz queixa na polícia mas eles não puderam fazer nada. Ele é uma pessoa muito rica. Os pais dele são investidores da bolsa, ganham muito dinheiro. Quando estava a sair da escola um dia, ele apareceu. O que vale era que a Vanessa e a Gabriela estavam lá porque ele queria levar-me a dar uma volta. Elas sempre souberam, mesmo antes da minha mãe. No dia a seguir fui a casa dele com a minha mãe e, com a presença dela, disse que estava tudo acabado entre nós. Disse-lhe que se ele se aproximasse de mim, eu iria fazer queixa dele e ele não voltou a aparecer…
-Até agora – completou ele.
-Até agora.
-Malu – chamou-me ele pelo diminutivo. – Eu não vou deixar que ele te faça mal. Ele não vai tocar num fio de cabelo teu enquanto eu puder.
-Taylor, os testes são daqui a cinco dias. Eu faço anos daqui a duas semanas. Quero que me prometas que se eu não voltar três dias depois e não mantiver contacto contigo, vais ao Brasil buscar-me. Vou dar-te os contactos da Gabi e da Van. Prometes que vais fazer isso?
Ele fixou o seu olhar nos meus olhos e disse:
-Prometo.
-Obrigada, Taylor.
-E só mais uma pergunta – pediu ele e depois prosseguiu assim que eu assenti com a cabeça. – O teu pai sabe da história toda?
-Sim. Impressionante, não é? – disse irónica. – Ele sabe de tudo e mesmo assim ainda o trás.
-Lamento o teu pai ser assim.
-Não lamentes – disse rapidamente. – Porque eu não lamento. Ele pode continuar a ser o meu pai, mas isso não me impede de o odiar. Eu adoro-o como pai, mas odeio-o como pessoa.
-OK.
Ele vinha dar-me um beijo na testa quando a porta bateu. Olhámos os dois ao mesmo tempo para a porta e a voz de Jorge em Inglês soou:
-Malu, sou eu. Posso entrar?
-Taylor? – sussurrei em pânico e apertando-lhe a mão.
-Tem calma. Eu atendo. Esconde-te na casa de banho – sussurrou ele demasiado depressa. – Vai!
Escondi-me na casa de banho e fiquei à escuta. Ouvia-se muito mal, mas mesmo assim conseguia ouvi-los.
-A Malu está? – perguntou o Jorge em Inglês.
-Está a dormir. E você devia de fazer precisamente o mesmo.
-Pode ir acordá-la, por favor?
-Não. Ela está demasiado cansada para o receber a si. Agora desande daqui para fora antes que eu chame a segurança do hotel.
-Tudo bem. Boa noite – disse o Jorge
Ouvi a porta a fechar-se e depois o Taylor a dizer:
-Já podes sair. Ele já se foi embora.
Saí da casa de banho e fui abraçá-lo.
-Obrigada. Obrigada por tudo.
Afastei-me dele, mas ele segurou a minha nuca e as nossas testas colaram-se uma à outra.
-Ele foi a única pessoa que beijaste na tua vida? – perguntou ele num sussurro.
-Já te beijei a ti.
-Não. Beijaste o Jacob. Mais ninguém?
-Não – admiti.
Ele acabou com a distância que existia entre os nossos lábios. O seu beijo era doce e cheio de desejo. Correspondi ao beijo e puxei-o mais para mim. As suas mãos desceram para a minha cintura e também me puxou mais para si. As sensações que percorriam o meu corpo eram impossíveis de descrever porque eram todas e muitas delas novas para mim.
O beijo acabou e fitei-o. Ele também olhava para mim e disse:
-Nunca senti tanta atracção por uma rapariga como sinto cada vez que estou contigo. Sei que posso ser doido, mas é a verdade. E também sei que já disse isto milhões de vezes, mas contigo é diferente, Malu. Eu amo-te.
-Taylor, isto era suposto não acontecer. Já pensaste que podes estar a sentir o que o Jacob sente e eu o que a Nessie sente?
-Já. Mas sei que quando acabar este papel, serei capaz de te amar ainda mais porque vou estar liberto desta personagem.
-No contrato diz que…
-Eu sei o que diz o contrato. E achas que alguém o respeita? Todos namoram em segredo – disse o Taylor dando o seu melhor sorriso. - Eu sei que tu sabes da Kristen e do Robert, mas existem mais casais lá. O Kellan e a Nikki, a Ashley e o Jackson. Encobrimo-nos todos uns aos outros.
-Mas isso não é correcto! Quer dizer… não sei!
Afastei-me dele e dirigi-me para a janela da sala.
-Taylor… eu não sei se estou preparada para assumir esta relação. Eu sou menor de idade e isto podia ser um problema por causa do meu pai. Ele faria de tudo para me afastar de ti.
-É possível – disse ele abraçando-me por trás. – No entanto, eu continuo a querer correr o risco.
-Tu és doido! – exclamei.
-Talvez, mas só se for por ti – disse ele dando-me um beijo no pescoço.
Ficámos a observar o céu atentamente. Estava limpo e conseguíamos ver as estrelas. Passava uma aragem amena e entrava no quarto.
-Vou tomar um banho e buscar umas roupas. Depois volto, está bem?
-Isso tudo é por causa do Jorge?
Encarei-o bem nos olhos e estes traíram-no. Era por causa do Jorge.
-Eu não sou a Bella e ele não é um James – referi. – Eu fico bem. Prometo que não saio do quarto.
-Prometes?
-Sim – disse-lhe beijando-o mais uma vez. – Boa noite.
-Boa noite.
Ele saiu do quarto e eu fechei logo a porta trancando-a. Vesti o meu pijama e adormeci, mas o meu último pensamento foi quando o Taylor disse que me amava. Eu também o amava, mas estaria preparada para assumir uma relação? 

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