2 de janeiro de 2015

Opinião: Torchwood - 4ª temporada




Depois de uma temporada tão boa, fenomenal, interessante e reveladora da Humanidade, chegámos a uma temporada da qual eu gosto de dize que resultou de uma “grande americanada”, e não no bom sentido.
A temporada conta com 10 episódios, todos eles cheios de armas, lutas e fugas… nos EUA. Eu gostava muito da minha querida Torchwood, situada em Cardiff, a lutar contra Weevils e a viajar através da racha do tempo. Quero esses bons tempos de volta, porque esta temporada foi uma grande deceção para mim.
Intitulada Miracle Day (O Dia do Milagre), esta temporada conta a história da Humanidade que se vê defronta com um grande problema do séc. XXI: e se de repente todos parassem de morrer? A população cresceria, todos viveriam para sempre. Até aí, tudo bem. O que acontece é que para isso, reverteram-se as leis do Universo e o único homem que agora pode morrer é Jack. Interessante, tenho que admitir, mas não quando ele se defronta com tantos sarilhos que podiam ser tão bem desperdiçados. Apenas mostraram o quanto a Humanidade é sujeita a coisas tão fúteis como morrer por envenenamento.
Depois temos a mitologia que leva Gwen, Jack e os dois novos membros da equipa Torchwood (americanos – sério, nunca virei tão patriota por uma nação que não é a minha): Rex e Esther (posso dizer que gostei bastante dos dois e não me importaria de os ter de volta) para Shangai e para Buenos Aires, porque estes são os dois pontos em que a tal racha que impede as pessoas de morrer começa e acaba. É partir daqui que toda a história vira uma grande americanada, com uma storyline muito mal explicada, que não faz sentido e, pior ainda, torna-se incompatível com a série mãe, Doctor Who. Até á terceira temporada, tudo se tinha mantido mais ou menos nos conformes, com as duas séries a andarem de par em par, mas agora tudo muda: Miracle Day não é referenciado nem uma única vez em Doctor Who, o que mostra que o facto de esta produção ter sido transatlântica esqueceu-se das suas verdadeiras origens – como as séries americanas costumam fazer com a sua grande Glória e orgulho americano – o resto do planeta não existe.
Sim, estou a criticar a produção, que recebeu uma injeção de tanto dinheiro que decidiu fazer uma mega produção, esquecendo-se que a base de Torchwood sempre foi em Cardiff – onde é que anda Cardiff nesta temporada? Pois, também me pergunto isso. Esqueceu-se de Doctor Who e do quanto as duas séries diferiam mas no produto final nunca se esqueciam uma da outra – uma grande falta de comunicação, eu chamaria.
Introduziram demasiadas personagens americanas para o meu gosto – o pequeno pode tornar-se grande, mantendo-se na sua dimensão pequena: perguntem à TARDIS. Para concluir, esta série que tinha muito que falar, tornou-se demasiado extensa e no final, não valeu a pena – a história perdeu todo o sentido que tinha.



Nota da temporada: 7/10

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