Depois de uma temporada tão boa, fenomenal,
interessante e reveladora da Humanidade, chegámos a uma temporada da qual eu
gosto de dize que resultou de uma “grande americanada”, e não no bom sentido.
A temporada conta com 10 episódios, todos eles
cheios de armas, lutas e fugas… nos EUA. Eu gostava muito da minha querida
Torchwood, situada em Cardiff, a lutar contra Weevils e a viajar através da
racha do tempo. Quero esses bons tempos de volta, porque esta temporada foi uma
grande deceção para mim.
Intitulada Miracle Day (O Dia do Milagre), esta
temporada conta a história da Humanidade que se vê defronta com um grande
problema do séc. XXI: e se de repente todos parassem de morrer? A população
cresceria, todos viveriam para sempre. Até aí, tudo bem. O que acontece é que
para isso, reverteram-se as leis do Universo e o único homem que agora pode
morrer é Jack. Interessante, tenho que admitir, mas não quando ele se defronta
com tantos sarilhos que podiam ser tão bem desperdiçados. Apenas mostraram o
quanto a Humanidade é sujeita a coisas tão fúteis como morrer por
envenenamento.
Depois temos a mitologia que leva Gwen, Jack e os
dois novos membros da equipa Torchwood (americanos – sério, nunca virei tão
patriota por uma nação que não é a minha): Rex e Esther (posso dizer que gostei
bastante dos dois e não me importaria de os ter de volta) para Shangai e para
Buenos Aires, porque estes são os dois pontos em que a tal racha que impede as
pessoas de morrer começa e acaba. É partir daqui que toda a história vira uma
grande americanada, com uma storyline muito mal explicada, que não faz sentido
e, pior ainda, torna-se incompatível com a série mãe, Doctor Who. Até á terceira
temporada, tudo se tinha mantido mais ou menos nos conformes, com as duas
séries a andarem de par em par, mas agora tudo muda: Miracle Day não é
referenciado nem uma única vez em Doctor Who, o que mostra que o facto de esta
produção ter sido transatlântica esqueceu-se das suas verdadeiras origens –
como as séries americanas costumam fazer com a sua grande Glória e orgulho
americano – o resto do planeta não existe.
Sim, estou a criticar a produção, que recebeu uma injeção
de tanto dinheiro que decidiu fazer uma mega produção, esquecendo-se que a base
de Torchwood sempre foi em Cardiff – onde é que anda Cardiff nesta temporada?
Pois, também me pergunto isso. Esqueceu-se de Doctor Who e do quanto as duas
séries diferiam mas no produto final nunca se esqueciam uma da outra – uma grande
falta de comunicação, eu chamaria.
Introduziram demasiadas personagens americanas para
o meu gosto – o pequeno pode tornar-se grande, mantendo-se na sua dimensão
pequena: perguntem à TARDIS. Para concluir, esta série que tinha muito que
falar, tornou-se demasiado extensa e no final, não valeu a pena – a história
perdeu todo o sentido que tinha.
Nota da temporada: 7/10
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