Quando a Margarida me convidou a ler a sua história, quase nada me disse sobre a história e eu lá fui ler, sem quaisquer expectativas. Então, fui ler a primeira série desta história, que é a Capa Vermelha.
Não fiquei desiludida porque o Prólogo dá muito a entender e parece promissor, para além de ir ao encontro do título da história. Mas o primeiro capítulo é completamente diferente e volta a baixar as expectativas com personagens que são muito diversas e, ainda assim, muito parecidas.
A nossa protagonista, Cathy Earnshaw, vive isolada do mundo real: tem uma grande família que vive em Sintra e estuda numa escola bastante religiosa só de raparigas. Isto dá-nos logo o ambiente em que todas as outras personagens vivem, que é altamente exclusivo, quase como uma elite e a roçar a seita.
Depois de já estarmos familiarizados com as personagens, eis que aparece um leque que vem abanar as coisas: os Heathcliff.
Earnshaw, Heathcliff... isto soa familiar? E se disser que também conta com a participação de um Edgar? Não é pura coincidência e a autora faz notar isso. As parecenças a nível da história não são coincidência.
Os Heathcliff são apresentados como sendo uma família com raízes portuguesas que vieram da Irlanda. Por esse motivo, o inglês é uma língua bastante falada entre eles, até mesmo com as outras personagens que não pertencem ao seio da família. Apesar de não ter nada contra isto, alguém que não fosse um falante recorrente do inglês iria sentir-se confuso com certas expressões porque muitas delas não são explicadas.
Em relação às outras personagens, temos um leque bastante extenso de uma família bastante antiga, em que só há primos e primas, tios e tias, por todo lado. Isto dá lugar as verdadeiras intrigas, mas que não chegam a ser totalmente desenvolvidas, precisamente por causa deste leque de personagens tão extenso. Ou seja, se por um lado é uma grande virtude da história, por outro, é uma fraqueza que podia ser melhorada se a história fosse mais extensa.
Também tive um problema com outras personagens que não eram principais: o estereótipo. Professoras autoritárias, madrastas más, filhas altamente rebeldes, pais sempre ausentes porque trabalham. O comportamento era tal que eu ficava irritada só de ler porque, apesar de adorar um bom estereótipo, isso não significa que tenha que ser a norma numa história, e os vários exemplos demonstraram que o seu uso foi impulsivo e pouco explorado.
A história é bastante promissora, mas o último capítulo dá a entender que isto foi apenas o início da história e esperava que, depois de dez capítulos, houvessem mais dez para concluir a história. O que vale é que a Margarida já está a escrever a continuação. :)
Podem ler toda a história aqui.
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